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O Blog do Bartender

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Provando os melhores runs do mundo. PARTE 3



Embora a complexidade destes runs fosse evidente, fiquei impressionado por sua intensidade e pureza. Da forma como pareciam capturar as profundezas da cana-de-açúcar, eles me lembraram um bom licor de fruta. De fato, mesmo fazendo excelentes coquetéis, esses runs também são deliciosos de saborear – especialmente aqueles com um pouco mais de idade.
“Eu preferiria beber alguns destes, na varanda numa noite de verão, do que um daqueles runs mais velhos”, afirmou Wells.
Sete dos 11 runs agrícolas entraram em nossos dez melhores, junto duas cachaças e um dos runs de cana-de-açúcar, o Barbancourt Three Stars do Haiti.
Gostamos muito do Barbancourt, nossa garrafa de número 4, que não fomos capazes de distinguir em relação aos runs agrícolas. O classificamos como seco, pungente e deliciosamente complexo – e, por US$ 21, foi avaliado como o melhor custo benefício.
Quanto ao melhor rum, não houve dúvida: La Favorite Ambre, da Martinica, foi claramente o favorito, recebendo uma rara avaliação de quatro estrelas. Era cor de palha, sutilmente escurecido por um ou dois anos em barris de uísque ou bourbon. Esse envelhecimento suave pareceu destacar suas nuances e arredondar suas bordas duras, mantendo a bebida fresca e intensa, uma pura expressão de sutileza da cana-de-açúcar.
O Blanc não envelhecido do La Favorite também entrou em nossa lista como o número 6. Este também parecia apresentar a essência da cana, mas com sabores mais vegetais do que o Ambre.
Como era de se esperar, os runs agrícolas não envelhecidos eram mais brutos do que aqueles com um ano de amadurecimento no barril, e nenhum era mais agradavelmente primitivo do que nossa garrafa número 2, o Duquesne Blanc, que chegou quase ao topo com sua força terrosa. Por outro lado, nossa garrafa número 3, o Clement Rhum Vieux Agricole VSOP, estava entre os de sabor mais antigo, com pelo menos três anos de envelhecimento. Era marrom claro, picante, suave e complexo.
Quanto ao que seria melhor, envelhecido ou pouco envelhecido, é uma questão de gosto. Preferimos o Ambre ao jovem La Favorite, e o Clement mais velho ao Clement Blanc, mas escolhemos o jovem Duquesne frente ao mais elegante Duquesne Eleve Sous Bois. Vai entender.
Não foi difícil identificar as cachaças na degustação. Elas pareciam um pouco mais doces do que os runs, e ofereciam um conjunto distinto de aromas.
Nossa melhor cachaça, na quinta posição, foi a Fazenda Mãe de Ouro, que parecia vir de outro universo, com suaves toques de baunilha doce e um distinto aroma de pão fresco. Diferente, mas mesmo assim encantadora.
Vários de nossos favoritos foram engarrafados a 50 por cento de álcool, muito fortes, embora muitos runs agrícolas sejam consumidos a 55 por cento na Martinica. O drink ti’punch clássico é forte: uma colher de chá de xarope de cana num copo pequeno, esprema um quarto de limão com apenas uma fatia da 'carne’, e acrescente uma dose de rum de 55 por cento. Mesmo assim, Dave afirmou: “Turistas adicionam gelo. Um verdadeiro morador de Martinica nunca faria isso”.
Longe de mim mexer com a tradição. Mesmo assim, com um copo de rum agrícola numa noite de verão, ainda acho que uma pedra de gelo cairia muito bem.

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